domingo, 27 de março de 2011

Sobre Águas Subterrâneas

Águas Subterrâneas, artigo de Roberto Naime

Publicado em março 16, 2011 por HC



Aquífero
[EcoDebate] As águas subterrâneas são aquelas armazenadas no interior dos maciços rochosos. Podem passar pelo estágio de acumulações freáticas nos solos (provenientes da chuva) ou serem diretamente dirigidas para o acúmulo no interior das rochas (aqüíferos).
As rochas que armazenam as águas subterrâneas são conhecidas como aqüíferos, e as rochas que deixam fugir as águas subterrâneas denominam-se aquifugos. Existem 2 tipo de aqüíferos principais entre as rochas: os aqüíferos denominados primários ou por poros e os secundários ou por fraturas e diáclases das rochas.


A melhor expressão dos aqüíferos primários são as rochas sedimentares psamíticas, ou seja os arenitos e conglomerados. Para os leigos, arenitos também são conhecidos como “lage de grês”. Estas rochas chegam a exibir até 40% de porosidade e armazenam grande quantidade de água, que percola livremente na rocha, produzindo poços tubulares profundos, com grande capacidade de vazão.
São estas rochas que armazenam petróleo, dependendo da localização geológica.
Aqüíferos secundários ou por fraturas ocorrem em todo o tipo de rochas, tem menor capacidade de armazenamento de fluidos e conseqüentemente geram poços tubulares profundos com menor produção de água.
As águas subterrâneas, por definição, são aquelas que estão armazenadas em rochas, e originalmente são geradas pelas fontes pluviométricas, mas freqüentemente sofrem a influência de outras águas:
Águas conatas: são as águas que ficam armazenadas com os sedimentos desde a superfície após os processos diagênicos que transformam sedimentos em rochas sedimentares. Exibem freqüente contaminação com sais ou outros elementos químicos e podem não ser potáveis. Muito conhecidas como águas salobas;
Águas juvenis: representam os fluidos aquoso que resultam e sobram das cristalizações de magmas (fusões de rocha), seja em condições plutônicas (profundas) ou vulcânicas (superficiais). Por isso são ricas em metais e outros elementos químicos da tabela periódica que não conseguem entrar nos minerais que se formaram, tanto pelo tamanho de raio iônico, como por eletronegatividade ou outra característica química que impede as substituições diadóxicas (um elemento químico substituído por outro de mesmo tamanho de raio iônico ou mesma eletronegatividade).
As águas subterrâneas que sofrem contaminação com águas conatas, freqüentemente são salobas e apresentam dureza (quantidade de sais e carbonatos) elevada, apresentando problema para utilização em caldeiras (entope as caldeiras e pode produzir explosões).
As águas subterrâneas contaminadas por águas juvenis origiinam as denominadas águas minerais, de diversas naturezas, como fluoretadas, bicarbonatadas, etc.
Para muitas pessoas, com o decorrer do tempo, se reduz a capacidade de filtração do sangue pelos rins e podem ser desenvolvidos cálculos ou pedras renais.
Se for de composição cálcica, a recomendação médica é diminuir o consumo de leite e derivados. Se for silicosa, a sugestão é evitar o consumo de águas minerais.
Por isto, atualmente, é muito incentivado o consumo de águas minerais ditas “leves” ou com baixo teor de constituintes mineralizantes, que podem ser maléficos em quantidade inapropriada para consumo humano ou para certos tipos de organismos ou condições devidas à idade cronológica.
Roberto Naime, colunista do Portal EcoDebate, é Professor no Programa de pós-graduação em Qualidade Ambiental, Universidade FEEVALE, Novo Hamburgo – RS.
EcoDebate, 16/03/2011

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